A evolução e melhoria são parte do dia a dia do auditor interno ou externo, mas você conhece as diferenças e similaridades entre esses profissionais? Obviamente, ambos são essenciais para as organizações, sendo extremamente necessários. Porém, vale a pena compreender o que cada um deles faz de igual ou diferente.
No geral, veremos que o trabalho do auditor interno ou externo é bastante similar. Ambos atuam para promover melhoria nas organizações e assegurar o cumprimento de padrões de excelência e gestão. No artigo de hoje, vamos nos aprofundar neste assunto e entender as responsabilidades de cada profissional.
Vale dizer também que as informações aqui buscarão focar nos auditores ISO de qualquer norma desta instituição – por exemplo, ISO 45001, ISO 37001, ISO 14001, etc. Mas, no geral, o texto vale para qualquer tipo de auditor. Dito isto, vamos ao conteúdo!
Auditor interno ou externo – as similaridades
Antes de qualquer coisa, tanto auditores internos quanto auditores externos têm o mesmo propósito: verificar a conformidade do sistema de gestão (rotina e dia a dia) com os requisitos da norma ou padrão.
Essa unicidade de propósito acaba por fazer com que vários outros aspectos serão respectivamente iguais ou semelhantes. Vejamos algumas similaridades importantes.
- Uso de critérios pré-estabelecidos e busca por evidências objetivas: auditores precisam seguir critérios pré-definidos (normas, procedimentos internos, políticas, etc), coletando evidências objetivas para fundamentar suas constatações acerca da conformidade ou não dos processos. Dessa forma, o auditor interno ou externo nunca pode basear suas conclusões em achismos;
- Métodos de auditoria semelhantes: os dois tipos de profissionais possuem metodologias praticamente iguais e regidas pela ISO 19011 (Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão). Assim, ambos utilizam entrevistas, análise de documentos e registros, observação de processos, rastreabilidade e outros métodos para coletar evidências, comparar padrões e, então, chegar às conclusões;
- Redação do relatório de auditoria: tanto o auditor interno quanto o externo devem redigir relatórios de auditoria formalizando o que identificaram no sistema de gestão. Nestes relatórios deve conter pontos fortes, pontos de conformidade e não conformidade, observações e oportunidades de melhorias e diversos outros aspectos similares relacionados aos resultados do processo de auditoria;
- Competência similar: ambos os profissionais (auditor interno ou externo) devem ser competentes em auditorias e ter conhecimento técnico sobre a norma e os processos auditados. Isso significa compreender o padrão auditado (ISO 9001, por exemplo) e também técnicas e diretriz de auditoria (incluindo a ISO 19011).
Aqui, é possível perceber que a rotina de ambos os profissionais é muito similar, afinal ambos avaliam processos, comparam padrões e apontam conformidade (ou não conformidade). Assim, as diferenças estarão basicamente na finalidade da auditoria, ou seja, identificação e melhoria de processos ou recomendação da certificação. Vejamos como isso funciona:
Auditor interno ou externo – principais diferenças
No geral, o trabalho deles é muito parecido, porém, podemos dizer que as finalidades de cada tipo de auditoria podem mudar o jogo. Abaixo, veremos os principais aspectos que diferenciam o auditor interno do auditor externo. Vejamos:
- Busca pela certificação: enquanto o auditor interno busca melhorias e formas de otimizar os processos, o auditor externo audita em busca de compreender a conformidade com normas de gestão. O auditor externo atua em nome de uma certificadora, sendo um agente externo que visa recomendar ou não a certificação de determinada norma;
- Periodicidade de auditoria: a auditoria interna pode acontecer diversas vezes ao ano, sendo útil para melhorar processos e compreender o contexto da empresa. Já a auditoria externa ocorre em períodos mais espaçados, ocorrendo 1 vez por ano para manutenção da certificação e a cada 3 anos para fins de recertificação;
- Abordagem e imparcialidade: o auditor interno pode auditar qualquer área da empresa, exceto seu próprio processo, fazendo com que ele tenha imparcialidade, porém também possa recorrer a uma abordagem mais educativa e focada em melhorias. Já o auditor externo é 100% imparcial, focando exclusivamente na avaliação da conformidade da norma com o sistema auditado;
- Custos da auditoria: ambos os profissionais envolvem algum tipo de custo. Entretanto, quando falamos do auditor interno, a empresa não precisa dispender de custos extras, recorrendo ao tempo de seus próprios colaboradores. Já o auditor externo demanda da contratação de uma certificadora ou profissional externo, o que traz custos externos para a organização.
De forma geral, as diferenças entre auditor interno ou externo estão ligadas diretamente aos fins certificatórios. Mesmo que o auditor interno também, auxilie a empresa a manter os padrões e buscar a certificação, é o auditor externo quem avalia os processos e recomenda ou não o certificado.
É mais comum, também, que o auditor interno seja parte do quadro da própria empresa, auditando apenas a sua própria organização. Por outro lado, o auditor externo sempre auditará organizações diferentes, viajando muito e conhecendo diversos contextos diferentes.
Diferenças & similaridades, mas o mesmo propósito
Independentemente de qualquer diferença ou similaridade, acreditamos que o propósito de qualquer profissional, seja auditor interno ou externo, é o mesmo da QMS: fortalecer as empresas e a sociedade por meio das certificações (ou auditorias no caso do auditor interno). Dessa forma, esses profissionais são vitais para o mundo!
Ao auditor interno ou externo, então, pouco importa o crachá quando a causa é maior! Ambos seguem “trilhas” diferentes, mas caminham lado a lado na missão de garantir sistemas de gestão mais maduros, robustos, responsáveis e eficazes. Um prepara o terreno; o outro atesta que ele está firme. Um corrige rotas com o olhar de quem conhece a casa; o outro valida o mapa com a imparcialidade de quem chega de fora.
É por isso que, apesar das diferenças técnicas, metodológicas e até mesmo contratuais, a essência do trabalho é compartilhada: fomentar a confiança e a melhoria contínua, sempre! Confiança nos processos, nas pessoas, nos produtos. Confiança de que há, dentro das organizações, um compromisso genuíno com bons resultados para as partes interessadas.
Portanto, valorizar o trabalho desses profissionais é também valorizar a cultura da qualidade, do meio ambiente, da segurança do trabalho, da informação etc. Porque onde há auditoria bem feita, há aprendizado. Onde há escuta ativa e critérios claros, há evolução. E onde há evolução, há futuro.