O mapeamento de riscos ganhou muito mais popularidade com a chegada da última versão da ISO 9001, em 2015. Muitas empresas perceberam a importância desta prática, além de ela ter se tornado um requisito normativo, ou seja, obrigatório para alcançar e manter a tão sonhada certificação.
Porém, mesmo com quase 10 anos desde a publicação da ISO 9001:2015, muitos profissionais ainda tem dúvidas sobre como executar corretamente o mapeamento de riscos. Afinal, ele envolve diversos fatores e difere substancialmente de contexto para contexto, o que pode tornar a boa prática um verdadeiro desafio.
Quando os riscos não são corretamente levantados, a empresa sofre com problemas recorrentes, crises que levam a grandes impactos negativos e até mesmo com não conformidades que geram insatisfação no cliente! Assim, não à toa, esse é um tema chave da gestão de riscos e não pode ser negligenciado!
Por estes motivos, no conteúdo de hoje, vamos falar sobre como fazer um mapeamento de riscos verdadeiramente eficaz. A ideia é trazer dicas para facilitar seu trabalho e ajudar sua empresa a garantir a certificação, conquistando resultados incríveis! Vamos lá?
O que é mapeamento de riscos?
O mapeamento de riscos é um processo usado para identificar, analisar, priorizar e tratar as ameaças e oportunidades de uma empresa. Ele tem como objetivo tornar a empresa mais proativa, evitando problemas ou criando formas de amenizar possíveis efeitos negativos.
Cabe dizer que o mapeamento precisará de informações prévias. Essas informações não só facilitam o trabalho como também melhoram a eficácia do levantamento. Dessa forma, antes de mapear os riscos, é essencial entender o ambiente interno e externo da organização, considerando fatores como os objetivos estratégicos, as nossas partes interessadas e as normas e regulamentações a que nossa empresa está sujeita.
É interessante perceber, por exemplo, que ao realizar uma análise SWOT, estamos de certa forma fazendo um mapeamento de riscos. Isso acontece porque neste tipo de metodologia nós identificamos ameaças e oportunidades no ambiente externo. Então, sua SWOT pode ser uma das entradas do mapeamento.
Como identificar os riscos?
Levando em consideração que o mapeamento de riscos tem como foco listar todas as ameaças e oportunidades que podem afetar os objetivos da organização, há várias formas de fazê-lo. Neste conteúdo, listaremos as principais, vejamos:
- Análise do mapeamento dos processos: quando mapeamos os processos, identificamos cada etapa e atividade executada, o que pode revelar ameaças ou oportunidades. Assim, basicamente, basta seguir o fluxo dos processos e buscar por problemas ou melhorias.;
- Brainstorming com equipes multidisciplinares: reunir os operadores dos processos também é uma forma extremamente eficaz de levantamento. Os colaboradores que executam as tarefas estão familiarizados com as dificuldades diárias e podem já até ter formas de melhorar o processo. Então, reúna uma boa equipe e discuta seus processos;
- Análise do histórico de ocorrências: ocorrências anteriores estão recheadas de riscos e oportunidades de melhorias. Por meio delas, é possível aprender, evitando problemas e otimizando processos. Portanto, avalie cuidadosamente não conformidades, incidentes, outros riscos, reclamações de clientes, etc.;
- Auditorias internas e externas: as auditorias são um momento de análise e reflexão, tornando-as momentos ideais para encontrar ameaças e oportunidades. Assim, vale a pena ter foco no mapeamento de riscos, principalmente nas auditorias internas, algo que vai evitar NCs externas e assegurar a integridade da sua certificação!
- Ferramentas estruturadas de análise de riscos: existem diversas ferramentas que podem te ajudar a fazer um levantamento de riscos mais eficaz. Vale a pena conhecer métodos como o FMEA (Análise de Modo e Efeito de Falha), o HAZOP (Análise de Perigos e Operabilidade), os 5 Porquês e até mesmo normas como a ISO 31000.
Para fazer um mapeamento de riscos verdadeiramente eficaz, vale frisar, é importante não focar em apenas uma forma de mapeamento. O ideal é mesclar as metodologias, garantindo mais abrangência e profundidade de análise. A título didático, você pode, por exemplo, realizar um ‘brainstorming com equipes multidisciplinares’ para, em conjunto, realizar a ‘análise do mapeamento dos processos’.
Leia aqui sobre 3 ferramentas de Análise de Riscos.
Avaliando os Riscos e priorizando tratativas
Depois de identificadas as ameaças e oportunidades, cada risco deve ser analisado considerando sua probabilidade de ocorrência e impacto sobre a organização. Isso nos ajuda a compreender melhor os riscos, sua gravidade e prioridade de tratativa
A análise pode ocorrer de diversas formas e é preciso adaptá-la ao contexto e às necessidades da sua empresa. Mas uma forma simples e eficaz pode ser utilizando as escalas abaixo:
- Baixo: pouca chance de ocorrer ou baixo impacto sobre a empresa;
- Moderado: Ocorrência possível ou impactos controláveis;
- Alto: alta probabilidade de acontecer ou altos impactos para as partes interessadas;
- Crítico: risco extremo de incidência e efeitos igualmente grandes.
Dessa forma, é possível compreender e priorizar melhor nossos riscos. Por exemplo, um determinado risco pode ter grandes chances de ocorrer, porém seus efeitos são mínimos, não impactando a empresa. Por outro lado, um risco com baixa probabilidade de ocorrência pode ter efeitos catastróficos, tornando-se crítico e necessitando de ações imediatas, mesmo com menor chance de acontecer.
Essa escala é simples e prática, e pode ser aplicada em quase todos os contextos, porém é preciso analisar sua empresa e, se preciso, customizá-la de acordo com suas necessidades.
Mapeamento de riscos:
Muito mais do que uma exigência normativa, um mapeamento de riscos eficaz não é um processo estático, mas sim um ciclo contínuo de identificação, análise, tratamento e monitoramento. Tudo isso garante que a empresa estará preparada para enfrentar dificuldades e melhorar proativamente.
Da mesma forma, nossas empresas devem garantir que todos os envolvidos compreendam a importância da gestão de riscos e estejam engajados na sua mitigação. A isso damos o nome de mentalidade de riscos. Porém, tudo começa com um bom mapeamento de riscos, com uma análise profunda e focada em trazer mais segurança e sustentabilidade para a organização!
Para finalizar, podemos dizer que gerenciar riscos é igual a navegar em mar aberto. Você jamais poderá impedir a formação de tempestades! Porém, poderá ajustar as velas, reforçar o casco ou traçar rotas seguras para evitar ou minimizar impactos. A diferença é que na gestão empresarial, é possível até mesmo “evitar as tempestades”.
E para ajudar você com essa tarefa, temos um vídeo muito interessante falando sobre diversas ferramentas de gestão de riscos, que tal se aprofundar no assunto? Clique abaixo para assistir: