Entenda o requisito 5.1 Liderança e comprometimento, da ISO 9001:2015, e o papel da Alta Direção na Gestão da qualidade
A atualização da ISO 9001 versão 2008 para a versão 2015 trouxe muitas mudanças importantes para a norma. Essa revisão trouxe à tona 9001 mais versátil de todas e permitiu maior flexibilidade para as empresas, tanto no que diz respeito à integração com outras normas (SGI), quanto à implantação da própria norma e a escolha de ferramentas de gestão.
Um requisito que trouxe mudanças importantes foi o item “5.1 Liderança e comprometimento”. Antes dele, o Sistema de Gestão da Qualidade tinha um responsável formal, o Representante da Direção (RD). Com o advento do 5.1, essa figura foi extinta da norma.
Antes, devido a essa responsabilização formal, o SGQ acaba sendo completamente delegado para a figura do RD, algo muito prejudicial para as empresas. Agora, a norma inverteu os papéis e colocou a Alta Direção como centro da responsabilidade da qualidade. E é sobre esse requisito que quero falar hoje!
“5.1 Liderança e comprometimento” da Alta Direção
Segundo esse item da norma, a Alta Direção “deve demonstrar liderança e comprometimento com relação ao sistema de gestão da qualidade”. Aqui, cabe ressaltar o verbo “deve” pois é ele quem, em resumo, define o rumo da norma.
O uso da palavra “deve” significa que a Alta Direção não pode delegar essa função, assim, ela precisa ser o carro chefe da qualidade, ela precisa puxar as rédeas! E para isso, uma série de aspectos precisam ser desenvolvidos. E esses aspectos estão descritos na norma, como veremos agora.
Como a Direção pode demonstrar Liderança e Comprometimento?
Para “cumprir” a norma, agora, a direção precisa assegurar os os controles e ações descritos ao longo do item (de A à J). O interessante é entender que, agora, a diretoria precisa ter a qualidade no radar.
Então, é preciso que ela garanta que os objetivos e política da sejam condizentes com a estratégia da organização (item B). É preciso que ela promova a abordagem de processos (item d) e, para isso, aloque os recursos necessários ao funcionamento do SGQ (item e).
Outros fatores, como engajamento, promoção da melhoria contínua e apoio aos papéis pertinentes do SGQ também são fundamentais e, por isso, estão descritos no texto da norma.
Tudo isso, é claro, para “assegurar que o sistema de gestão da qualidade alcance seus resultados pretendidos” (item g). O que nos leva a compreender, então, que o objetivo da ISO 9001 é garantir que a alta direção realmente apoie a organização no alcance de seus objetivos.
A alta direção precisa cuidar da qualidade para cuidar do negócio
Se os itens ainda deixarem dúvida, a ISO 9001 ainda deixa uma nota que ajuda a lembrar o que está e jogo:
NOTA A referência a “negócio” nesta Norma pode ser interpretada, de modo amplo, como aquelas atividades centrais para os propósitos da existência da organização, seja ela pública, privada, voltada para o lucro ou sem finalidade lucrativa. (Requisito 5.1, nota, ISO 9001:2015)
A ISO 9001 foi criada para ser amplamente implantada, segundo o princípio da neutralidade. Dessa forma, não importa qual é o objetivo da organização, se ela visa ou não ao lucro, a implantação de um sistema de gestão da qualidade serve para auxiliar a empresa e alcançar os “propósitos da existência da organização”.
Por isso a responsabilidade por alavancar o SGQ é da Alta Direção. Por isso é ela que deve tomar as rédeas e garantir que o sistema promova mudanças para a empresa. Do contrário, o que teremos é o sistema de gestão burocrático e antiquado. Aquele criado para inglês ver, e nada mais!
A Alta Direção precisa se comprometer com a gestão da Qualidade
Agora, com a versão 2015, a qualidade tem conscientizado cada vez mais pessoas. É claro que ainda há muito que trabalhar e muitas “Altas Direções” ainda não compreenderam isso. Mas, a partir daqui, temos um marco importante.
A 9001 deixou claro que é preciso comprometimento com o SGQ, e que isso faz parte da liderança. Agora, como auditores, nós precisamos assegurar que isso vai ser cumprido nas empresas. Que a liderança não irá se isentar e que, mais do que nunca, ela entenda que o sistema de gestão da qualidade é parte inerente da responsabilidade de ser líder.
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