Para que a empresa atinja o desempenho esperado, é essencial que o Compliance no setor de compras seja bem estruturado. Segundo uma pesquisa realizada pela Price Waterhouse Coopers (PWC), com 7.200 participantes de 123 países, metade das empresas enfrentou crimes financeiros, e o Brasil viu um aumento significativo de empresas impactadas, passando de 12% para 50% entre 2016 e 2018. O setor de compras é um dos mais afetados, com 34% das fraudes ocorrendo nesse ambiente, logo atrás do roubo de ativos (51%).
Diante desses números, é fácil perceber a importância de integrar práticas de Compliance no setor de compras, começando pela elaboração de contratos com cláusulas voltadas ao combate à corrupção e ao suborno. O código de ética da empresa também deve ser parte dos contratos, destacando o compromisso com a transparência e a integridade. Uma prática importante também é a adoção de políticas internas que proíbem o recebimento de brindes ou presentes por parte dos compradores, minimizando o risco de influências externas indevidas nas decisões de compra.
Além disso, a implementação de uma Due Diligence rigorosa, especialmente em fornecedores críticos, é essencial. É fundamental avaliar a reputação e o histórico de compliance desses fornecedores para mitigar riscos antes de fechar qualquer contrato. Por outro lado, é necessário auditar os processos de compras de maneira regular para que se mantenham em conformidade com as normas internas e externas.
Outro ponto fundamental é a interação entre o setor de compras e outras áreas da empresa, como o jurídico e financeiro, isso facilita o alinhamento de todos os contratos e fornecedores com as normas aplicáveis, prevenindo conflitos de interesse e práticas inadequadas, como suborno ou fraudes. Além disso, a utilização de tecnologias de monitoramento, como ERPs e sistemas de Compliance, permite um controle mais preciso sobre o portfólio de fornecedores e a performance de cada um.
A capacitação dos colaboradores é outro pilar essencial para criar uma cultura organizacional que prioriza a ética e a transparência, além de manter todos atualizados sobre as implicações legais e as melhores práticas de mercado.
Afinal, como criar uma política de Compliance em compras?
Primeiramente, a política de compliance em compras precisa ter uma avaliação rigorosa dos fornecedores, priorizando a análise de riscos como a probabilidade de fraudes, corrupção e conflitos de interesse. A Due Diligence, ou verificação de antecedentes, é essencial para identificar problemas antes de fechar qualquer acordo.
Além disso, a política deve estabelecer regras claras para os processos de compras: desde a escolha de fornecedores até a definição dos critérios para a realização de cotações e contratos. Por exemplo, devem ser feitas pelo menos três cotações para compras maiores, para que o preço esteja alinhado com o mercado e que a escolha do fornecedor seja justificada.
A transparência também deve ser reforçada com um Código de Ética, que guie o comportamento dos envolvidos nas compras, como a proibição de aceitar presentes ou brindes de fornecedores.
Outro ponto importante é a integração do setor de compras com outras áreas da empresa, como o jurídico e o financeiro, para que os contratos e fornecedores estejam de acordo com as políticas internas e leis externas.
Por fim, a política de compliance precisa ser acompanhada de treinamentos regulares para todos os colaboradores envolvidos no processo de compras, para que eles saibam como aplicar as regras e para que a cultura de compliance seja fortalecida dentro da empresa.
Conclusão
A política de compliance no setor de compras deve ser dinâmica, focando em minimizar riscos legais, comportamentais e financeiros, e promovendo uma cultura de integridade que reflete diretamente na confiança do mercado e na reputação da empresa. A adoção dessas práticas é fundamental para a construção de um ambiente de negócios ético, transparente e responsável.
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