Conhecer os tipos de não conformidades (NCs) é essencial para a boa manutenção dos sistemas de gestão, bem como para conquistar melhoria contínua! Isso porque cada não conformidade tem especificidades e aspectos únicos, fazendo com que a tratativa também seja diferente.
Não considerar o tipo de NC pode gerar diversos problemas. O primeiro deles é a dificuldade de priorizar corretamente as ações, uma vez que a própria análise não leva em conta o tipo das não conformidades. Além disso, pode ser mais difícil identificar a causa raiz e até mesmo traçar um plano de ação – seja ele imediato ou corretivo.
Todos esses problemas podem resultar em tratativas genéricas e ineficazes, gerando perda da rastreabilidade das ações e do aprendizado organizacional, o que aumenta muito o risco das reincidências e gera muitos prejuízos para as empresas.
Dessa forma, em resumo, classificar corretamente as não conformidades é essencial para aplicar ações corretivas eficazes, evitar recorrências e até mesmo fortalecer a cultura empresarial! Por isso, no conteúdo de hoje, vamos explorar os tipos de não conformidades e como tratá-las!
O que são não conformidades?
Antes de continuarmos, vale relembrar. As não conformidades são eventos que indicam o descumprimento de requisitos, sejam eles relacionados a partes interessadas internas ou externas. Esse descumprimento geralmente está relacionado ao sistema de gestão trabalhado. Por exemplo, ele pode comprometer a qualidade dos processos ou produtos (ISO 9001); pode gerar problemas ambientais (ISO 14001) ou comprometer a segurança dos colaboradores (ISO 45001), entre outros exemplos.Tipos de não conformidades
Existem basicamente 3 tipos de não conformidades. Elas podem ser classificadas de acordo com a gravidade ou origem da ocorrência. Vejamos cada uma delas:- Não conformidade maior: a não conformidade maior ocorre quando um requisito é completamente descumprido, o que compromete a eficácia do sistema de gestão e da empresa como um todo. Imagine, por exemplo, que uma empresa certificada ISO 9001 não possui nenhum tipo de informação documentada para apoiar seus processos (como procedimentos ou instruções de trabalho). Isso indica um problema sistêmico no sistema de gestão da qualidade (requisito 7.5), podendo resultar na suspensão da certificação caso a não conformidade não seja tratada adequadamente;
- Não conformidade menor: a não conformidade menor, por outro lado, ocorre quando há um descumprimento pontual, algo que não compromete o sistema de gestão como um todo nem gera grande prejuízos para a organização. Imagine, por exemplo, que a empresa do exemplo anterior possui toda a informação documentada necessária, porém um único colaborador está utilizando uma versão obsoleta de um documento – mas a versão correta está disponível no sistema. O erro é isolado, pontual, e pode ser corrigido com uma ação específica, sem impactar a certificação ou a qualidade final do produto ou serviço.
- Não conformidades de rotina: não conformidades que podem ser identificadas a qualquer momento por qualquer colaborador da empresa. Elas podem ser internas ou externas, por exemplo, identificadas por clientes, fornecedores ou auditores.
Como tratar os tipos de não conformidades
Independentemente da origem ou gravidade, o tratamento dessas não conformidades deve seguir um processo estruturado. Além disso, de forma simples, a tratativa precisa passar por uma análise de causa raiz e, posteriormente, pela elaboração de um plano de ação que elimine as causas. Na etapa de análise da causa raiz, algumas ferramentas da qualidade podem ajudar a identificá-las de forma mais analítica e aprofundada, facilitando e tornando mais assertivo o processo. Vejamos alguns exemplos:- 5 Porquês: a técnica dos 5 Porquês é uma metodologia simples e de fácil aplicação. Ela ajuda na identificação da causa raiz de um problema e consiste em perguntar “por quê?” sucessivamente até chegarmos à verdadeira origem da não conformidade trabalhada;
- Diagrama de Ishikawa – Espinha de Peixe: ferramenta visual ajuda a categorizar as possíveis causas de um problema em diferentes fatores (Máquina; Meio ambiente; Métodos; Pessoas; Materiais; Medidas). Ao estruturar a análise com essas informações em perspectivas, é possível identificar quais elementos estão mais impactando a ocorrência da não conformidade e, assim, chegar à sua causa raiz;
- Diagrama de Pareto – a famosa regra 80/20: essa ferramenta é extremamente útil para priorizar os problemas a serem resolvidos. Segundo o Princípio de Pareto, 80% dos problemas decorrem de 20% das causas. Assim, a estratificação dos dados ajuda a identificar quais fatores devem ser atacados primeiro, levando em conta os que mais ocorrem e levam a não conformidades.
