Tudo que sabemos sobre a nova versão da ISO 14001

Entenda o que esperar da nova versão da ISO 14001 e como anda o processo de revisão da norma. Será que podemos esperar melhorias?

Ao que tudo indica, não estamos tão distantes da nova versão da ISO 14001. O processo de revisão está bastante avançado, e o mundo acompanha de perto o que pode vir de uma das mais importantes normas ISO. A última versão da 14001 é de 2015 e o padrão passou por uma revisão sistemática em 2020, sendo confirmada na época. Assim, desde sua última revisão, são 10 anos de atuação.

Revisar esse padrão é essencial para assegurarmos sistemas de gestão ambientais mais modernos e efetivos. O processo deve garantir que a norma acompanhe os novos desafios ambientais globais, especialmente a crise climática, a pressão sobre recursos naturais e a demanda por sustentabilidade na cadeia de valor. Fatores que, juntos, têm grande potencial de mudança e melhoria para a sociedade.

Além disso, mais do que apenas ajustes técnicos, a revisão pode fortalecer a ligação entre gestão ambiental e estratégia organizacional, exigindo que empresas integrem riscos e oportunidades ambientais no seu planejamento de longo prazo. Isso traz às empresas adeptas maiores chances de ganhos, melhores processos, uma melhor gestão de recursos e, assim, resultados muito mais positivos.

Dessa forma, um bom processo de revisão mantém a norma viva, atual e alinhada ao contexto real. Ele pode ajudar organizações a não apenas cumprir requisitos, mas também a assumir um papel protagonista na transição para uma economia mais sustentável. Por isso, hoje, vamos descobrir o que podemos esperar da nova ISO 14001:2026! Vamos ao conteúdo!

 

Situação atual do projeto de revisão da ISO 14001

Como já dito, o processo de revisão está bastante adiantado. No momento, está em desenvolvimento o FDIS ISO 14001 (Final Draft International Standard – Esboço Final da Norma Internacional). Assim, o projeto está em fase de consulta com os membros da ISO.

Segundo o site do ISO/TC 207/SC 1, comitê responsável pelas normas da família 14000:

A 4ª edição da ISO 14001 deverá atingir o estágio FDIS no final de 2025 e ser publicada no final do primeiro trimestre de 2026.

Dessa forma, ainda não podemos cravar muitas mudanças sobre o novo padrão, pois mesmo o que vier descrito no DRAFT ainda poderá ser alterado posteriormente. Porém, podemos compreender melhor os objetivos do projeto de atualização, algo que nos dá um norte do que há de vir.

 

O que esperar da nova versão da ISO 14001

Pelo que conseguimos reunir de informações, algumas das tendências da nova versão da ISO 14001, e que podem moldar os sistemas de gestão ambiental (SGA) do futuro, podem ser:

  • Maior atenção aos fatores climáticos: é possível haver maior ênfase em requisitos que levem as empresas a considerar os impactos e os riscos relacionados ao clima e às mudanças climáticas (climate change). Isso, inclusive, corrobora com o amendment 2024, que incorporou explicitamente 2 cláusulas sobre o tema em contexto e partes interessadas;
  • Ampliação da perspectiva ambiental: além dos fatores climáticos, podemos esperar também uma ênfase ampliada na gestão e uso de recursos naturais e maior foco em biodiversidade e poluição. Fatores como o life-cycle thinking (pensamento em ciclo de vida do produto) tendem a ter ainda mais destaque;
  • Maior integração da cadeia de valor e partes interessadas: espera-se também uma maior atenção à cadeia de suprimentos. Isso significa maior foco também nos fornecedores e seus impactos diretos e indiretos sobre o SGA;
  •  Maior entendimento dos requisitos normativos: um dos objetivos declarados do comitê de revisão vai ao encontro de limitar mudanças, focando mais em esclarecer o que já está posto. Isso significa que podemos esperar maior clareza, pois os responsáveis estão focados em evitar transformar a norma em algo totalmente novo;
  • Requisitos mais claros na avaliação de riscos, oportunidades e desempenho: na nova versão da ISO 14001, provavelmente receberemos também alguns ajustes para tornar expectativas sobre avaliação de riscos, indicadores e monitoramento ambiental mais explícita. Algo muito bem-vindo, pois facilitaria a medição e monitoramento, impulsionando a melhoria contínua.

Conclusões iniciais sobre as tendências da nova versão da ISO 14001

De forma geral, podemos esperar muito mais melhorias do que mudanças. Isso não significa que não haverá novos requisitos, mas a tendência é que sejam poucos. O que faz sentido uma vez que a norma já está na estrutura do Anexo SL (a “norma de fazer normas” da ISO) e, assim, não precisa de grandes ajustes.

Assim, será muito bem-vindo o esforço para melhorar a interpretação dos itens já existentes. Isso não só ajuda empresas e auditores a terem mais clareza, como também pode aproximar pequenas e médias empresas da norma, algo muito interessante do ponto de vista do mercado e do meio ambiente.

Outro ponto positivo é que, com mudanças mais moderadas, o processo de transição também será mais suave e facilitado. Com mudanças drásticas, os ajustes ao SGA tendem a causar mais dúvidas, sendo mais caro e trabalhoso fazer a migração, bem como podem até mesmo, em um primeiro momento, gerar retrabalho devido a erros de compreensão. Assim, a ênfase na melhoria da interpretação ganha ainda mais força.

 

Cronograma de revisão e considerações finais

Em breve, devemos ter disponível o Final Draft International Standard, o que abre espaço para o período de comentários. Esta nova fase visa disponibilizar o rascunho para avaliação da comunidade e de especialistas de todo o mundo.

Após a fase de avaliação e resposta aos comentários, se aprovada, a norma será publicada. Em alguns casos, como no da recente revisão da ISO 9001, pode-se optar por um novo rascunho, mas como não são esperadas grandes mudanças na 14k, a possibilidade é pequena. Dessa forma, acreditamos que o projeto de revisão seguirá o curso normal e teremos disponível a nova versão da norma no ano que vem. Ou seja, aguardemos a chegada da ISO 14001:2026!

Sobre o que vimos até agora sobre a revisão, de forma geral, as mudanças e tendências parecem muito benéficas. Se tudo se concretizar, podemos esperar SGA mais fortes e efetivos, assim como processos de normatização e certificação ainda mais claros e fortes. Agora, cabe aguardar e esperar que essas previsões se concretizem, assim, contaremos com mais sustentabilidade, tanto para o meio ambiente quanto para nossas organizações.

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