A ISO 56002, Sistema de Gestão da Inovação, ainda é relativamente nova no mundo das normas. Se a compararmos com as consolidadas ISO 9001, com foco na qualidade, e a ISO 14001, com foco nos impactos ambientais, pode-se dizer que a ISO 56002 ainda é um bebê dando os primeiros passos.
Essas duas normas citadas como comparativo foram verdadeira febre nos anos 1990, no Brasil, quando empresas de diversos portes e segmentos iniciaram uma corrida pela certificação. Ambas ampliavam as vantagens competitivas das companhias perante o mercado e facilitavam a gestão estratégica e pavimentaram o início da análise de riscos das empresas. Entre diversos pontos positivos, essas normas passaram a ser utilizadas como marketing e, com o tempo, diversas consultorias passaram a entregar “selos na parede”, e não um verdadeiro processo de mudança nas empresas.
E é aí que entra a ISO de inovação! Ao desenvolver métodos que permitem criar um Sistema de Gestão da Inovação, essa norma consegue se integrar a outros diversos sistemas já implementados na empresa – e, inclusive, aprimorá-los. A própria norma diz que “a implementação de um sistema de gestão da inovação pode ter impacto ou ser impactado por outros sistemas de gestão e pode exigir a integração em vários níveis”.
Desta forma, os padrões do sistema de gestão se complementam, mas também podem ser usados independentemente, ficando a critério da sua empresa integrá-los ou não. Como resultado dessa combinação, as organizações conseguem “encontrar um equilíbrio entre as diretrizes de gestão da inovação e outros padrões do sistema de gerenciamento”.
Note que os trechos reproduzidos na íntegra só falam sobre a possibilidade de integrar as normas, mas eles nunca dizem como isso pode ser feito. Isso será definido pela empresa e pela consultoria que fizer a implementação da ISO 56002. Para isso, é levado em consideração o contexto da organização, que analisa onde a empresa está e aonde ela quer chegar, o comprometimento dos líderes com o sistema de gestão, os riscos envolvidos no processo e como os departamentos de apoio podem atuar no suporte durante todo o processo.
A integração leva em consideração que as normas seguem um padrão parecido, de modo geral. Apesar de ser algo opcional, é aconselhável, pois torna a implementação da ISO de inovação mais fluida. Imagine que a empresa já tem um departamento de qualidade, outro ambiental e ainda precisará criar mais um para tratar de inovação. Equipes separadas, conversando pouco entre si, como sabemos que acontece, podem gerar ruídos que prejudicam o andamento dos processos previstos pela norma. Quando fazemos a integração, conseguimos o mesmo resultado com menos recursos, ou seja, menos pessoas envolvidas. Além disso, é importante que a equipe seja multidisciplinar, mas isso não significa criar grupos enormes: é preciso também ser objetivo.
A ISO 56.002 foi elaborada durante 11 anos, reunindo as melhores práticas de inovação do mundo. Com ela, as empresas são convidadas a olhar com atenção para seu negócio, avaliando todo o cenário no qual elas estão envolvidas: possíveis riscos, ameaças, forças e oportunidades. É um sistema feito para quem quer crescer e enxergar além do horizonte, antecipando quaisquer novidades que possam abalar o modelo de negócio. Integrá-la a outras normas é estar ainda mais em contato com a essência da empresa e, assim, ter vantagens estratégicas sobre as que não o fazem. Você está preparado para a gestão do futuro?