processo de revisão das normas ISO

Como funciona a revisão das normas ISO?

Entenda como funciona a revisão das normas ISO e cada uma das etapas que dão luz a uma nova versão de norma. Leia agora!

Entender como funciona a revisão das normas ISO é parte importante do arcabouço de conhecimentos do profissional da qualidade e sistemas de gestão. Isso porque cada atualização traz consigo novas expectativas, ajustes e temas. Isso tudo se traduz, então, em um maior enfoque de melhorias que impacta diretamente a forma como processos são estruturados, auditados e mantidos. E assim, é claro, em como alcançamos bons resultados.

Dessa forma, quem domina esse ciclo consegue antecipar mudanças, orientar decisões estratégicas e preparar a organização para transições com menos esforço e mais clareza. Assim, algo que à primeira vista parece negativo, acaba transformando a revisão de normas, até mesmo, em uma vantagem competitiva.

Por isso, hoje, vamos passar pelas principais etapas de revisão das normas ISO. Vamos conhecer o processo macro e entender como uma nova norma é criada, desde o momento da decisão de revisão até a publicação final. Se você trabalha com algum sistema de gestão certificado, vale a pena acompanhar este conteúdo. Então, vamos lá?

 

Revisão sistemática

Segundo as diretrizes da ISO, todas as normas ISO de sistemas de gestão precisam passar por um Systematic Review (Revisão sistemática) a cada 5 anos após a publicação da versão anterior. Isso significa que o comitê responsável pela norma irá avaliar o padrão e compreender como e se ele atende ao atual contexto mundial.

Neste processo, vários fatores são avaliados para compreender a relevância da norma e se há necessidade de mudanças. Alguns deles podem ser:

  • saltos tecnológicos diversos;
  • mudanças regulatórias relevantes;
  • feedback de usuários (organismos de certificação, consultores, profissionais diversos, representantes dos países membros etc.);
  • novos processos, problemas ou aspectos anteriormente ignorados ou inexistentes;
  • entre outros fatores.

A partir desse review, uma votação em plenária decide qual é o status atual da norma, podendo obter 3 (três) resultados diferentes. São eles:

  • manter a norma como está: o documento é confirmado e continua com o mesmo texto e ano de publicação;
  • revisar a norma: inicia-se o processo de revisão para um novo texto e ano de publicação;
  • cancelar a norma: o padrão é descontinuado e não receberá mais atualizações ou atenção.

Se o comitê decidir pela revisão da norma, cria-se um grupo de trabalho responsável pelo processo e, assim, inicia-se oficialmente a revisão de um padrão.

 

Preparatório e Working Draft – Primeira versão de trabalho

Reunidos neste grupo de trabalho, especialistas do mundo todo começam a revisar cláusula a cláusula da norma. Aqui, todos esses profissionais podem atualizar termos, excluir requisitos obsoletos, incluir novos requisitos ou até mesmo reorganizar a estrutura da norma – desde que em conformidade com o Anexo SL.

Essa fase pode ter vários rascunhos, até que o grupo ache que o texto está maduro para consulta mais ampla. Aqui, há um rascunho de trabalho, usado apenas pelo grupo de revisão e pessoas envolvidas. Feito isso, entramos em uma fase mais ampla de revisões, vejamos.

 

Entendendo os rascunhos da nova versão (Drafts)

Após finalizado o preparatório, essa primeira versão da norma está pronta para ser apreciada pelo resto do mundo. Assim, inicia-se uma fase maior de aprovações. Aqui, basicamente, contamos com 3 tipos de rascunhos e revisões que têm como objetivo garantir melhorias e abrangência a norma.

A sequência do processo pode ser simplificada da seguinte forma:

  • Committee Draft – Rascunho do Comitê: é o primeiro rascunho oficial da norma, um documento é enviado aos países-membros para comentários formais. Nesta fase, podem surgir dezenas, centenas, milhares de sugestões e críticas. Depois disso, o grupo técnico analisa tudo e modifica a norma se e conforme necessário;
  • Draft International Standard (DIS) – Rascunho Internacional da Norma: após alterações, a nova versão é enviada para votação internacional. Aqui, os membros podem votar: “sim”, “sim com comentários” ou “não”. Para seguir adiante, o texto precisa de uma maioria qualificada de aprovações. Além disso, caso houver comentários relevantes, o texto é novamente ajustado;
  • Final Draft (FDIS) – Rascunho Final: essa é praticamente a versão final do padrão, daqui para frente contaremos apenas com ajustes finos (possíveis erros de digitação, formatação, siglas etc). Normalmente, poucas alterações são feitas aqui e, após feitas, o FDIS vai para votação final.

Vale dizer que uma norma pode passar 2 vezes por algum tipo de rascunho. Suponhamos, por exemplo, que ao emitir o Committee Draft, o grupo de trabalho receba muitos comentários. Neste caso, pode-se reformular o texto e emitir um segundo Committee Draft.

Por fim, caso o texto seja aprovado, a norma segue para publicação.

 

Publicação da norma: International Standard

Após passar por todas essas etapas, análises, votações e aprovações, a norma está pronta para ser publicada. Assim, a ISO publica a nova edição, alterando também o título da norma de acordo com o ano de publicação. Por exemplo, de ISO 9001:2008 para ISO 9001:2015.

Dessa forma, o texto deixa de ser um Draft (rascunho) e passa a ser um International Standard (Padrão Internacional). O novo texto, agora, é mundialmente reconhecido e deve ser utilizado no planeta após certo período de transição (geralmente 3 anos).

Além disso, a partir daqui os organismos representantes de cada país (como ABNT no Brasil) fazem a tradução e publicação local. O que facilita o acesso às pessoas que não falam o idioma em que a norma é originalmente publicada (inglês).

 

Revisão das normas ISO – A complexidade necessária por trás de cada contexto

Ao analisarmos o processo de revisão das normas ISO, conseguimos compreender o quão complexo e completo ele é, ou seja, algo ao mesmo tempo robusto e desafiador.

As várias etapas e rascunhos equilibram a necessidade de rigor técnico com o compromisso de captar contribuições diversas de especialistas do mundo todo. Essa pluralidade garante maturidade técnica e conceitual, mas também torna o andamento mais lento, complexo e sujeito a longos debates. Algo necessário para evitar simplismos e revisões rasas.

E é justamente essa combinação de profundidade, consenso internacional e cuidado metodológico que assegura que cada nova edição entregue requisitos mais precisos, coerentes e alinhados às demandas atuais da sociedade e da gestão moderna. Isso tudo, estruturado em um processo claro, organizado e sistemático. Por isso cada versão é melhor e mais moderna, por isso evoluímos a cada transição!

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