O escopo de certificação ISO é a descrição oficial das atividades, produtos, processos e serviços que fazem parte de um Sistema de Gestão certificado. Dessa forma, ele representa o limite de atuação da organização dentro da norma, e é exatamente esse texto que aparece no certificado ISO. Fato este, inclusive, que nos mostra a importância deste dispositivo.
Além disso, ele deve ser uma informação pública e consultável, assim, é essencial que o escopo seja claro, coerente e represente fielmente o que a empresa faz. Ou seja, ambiguidades, excesso de detalhes irrelevantes ou termos vagos podem gerar interpretações equivocadas, seja por parte de clientes, fornecedores e até mesmo auditores. Em última instância, isso pode até mesmo gerar não conformidades.
Por isso, no artigo de hoje, vamos falar sobre como redigir seu escopo da certificação ISO, fazendo um passo a passo, falando sobre detalhes e o que deve ser evitado. Dito isso, vamos ao conteúdo!
Quais informações um bom escopo da certificação ISO contém?
Existem algumas informações padrão que ajudam a tornar a redação mais clara e coerente. Assim conseguimos construir um escopo útil, que atende às normas e é sólido para as partes interessadas. Em um bom escopo, é fundamental incluir:
- O tipo de produto ou serviço oferecido: aqui, seja direto, específico e descritivo, redigindo algo como:
- E-commerce;
- Metalúrgica que fabrica peças automotivas;
- Consultoria;
- Tratamento de resíduos;
- Etc.
- Os principais processos envolvidos: o escopo da certificação ISO precisa refletir como a empresa trabalha. Para isso, considere aspectos como:
- Projeto;
- Fabricação;
- Venda;
- Armazenamento;
- Entrega;
- Tratamento;
- Triagem;
- Entre outras informações que ajudam a delimitar a abrangência do sistema de gestão e da certificação.
A extensão das atividades: esse fator inclui o que a empresa faz e também o que ela não faz. Aqui, por exemplo, ser claro evita pressuposições equivocadas sobre áreas que não fazem parte do sistema de gestão.
Uma verdadeira AULA sobre como definir um escopo ISO sem erros!
Se você quer entender de forma prática, objetiva e sem complicações como construir um escopo de certificação ISO realmente claro, o conteúdo que preparamos é para você. Este texto foi baseado no vídeo da Roberta Stein, do canal da QMS Certification. Lá, ela explica tudo de maneira simples e direta, perfeito para quem deseja acertar logo na primeira tentativa ou treinar as equipes.
Então, clique abaixo para conferir e evitar os erros mais comuns que atrapalham empresas na hora de definir seu escopo. Uma leitura rápida pode te poupar retrabalho, dúvidas e interpretações equivocadas no futuro, um vídeo pode te ajudar a memorizar esse conteúdo para sempre! Assista:
Usando o Mapeamento de Processos a Seu Favor
Antes de escrever o escopo, é essencial ter um bom entendimento do processo produtivo, bem como de como sua empresa funciona. Assim, mapear seus processos é fundamental, mesmo porque você precisará de informações como:
- Entradas do processo certificado;
- Processos principais da operação;
- Processos de apoio à execução;
- Saídas do processo certificado.
Com o processo bem mapeado, fica mais fácil identificar o que realmente deve constar no escopo — e o que não faz parte da certificação. Suponhamos um exemplo: “Fabricação e armazenamento de peças para o mercado automotivo.” Aqui, temos algo direto, claro e totalmente alinhado ao processo da organização. Mas vamos aprofundar as coisas um pouco.
Exemplo completo de um escopo da certificação ISO bem construído
Vamos analisar um escopo completo, a fim de compreender como ele foi redigido e porque atende às necessidades de uma boa descrição. Então veja este exemplo completo:
“Armazenagem, tratamento e disposição final de resíduos sólidos industriais perigosos, utilizando tecnologia de aterro industrial Classe I, e triagem de resíduos eletroeletrônicos.”
Perceba que ele é claro e direto, além de não deixar espaço para dúvidas e interpretações errôneas. Assim, vejamos parte a parte por que ele funciona:
- Identifica claramente os processos: armazenar, tratar e dar destino final. Não há dúvidas, por exemplo, se há também a venda de algo;
- Indica o tipo de resíduo: resíduos sólidos industriais perigosos. Não há tratamento de lixo comum ou residencial;
- Delimita o método: aterro industrial Classe I. Determina claramente o processo utilizado na tratativa dos resíduos;
- Amplia de forma clara uma atividade complementar: triagem de resíduos eletroeletrônicos.
Neste escopo da certificação ISO não há espaço para dúvidas, controvérsias ou confusões sobre o que a empresa faz. Bem como deixa claro o que ela não faz (como exemplificado, o tratamento de lixo comum, recicláveis ou resíduos hospitalares, por exemplo).
O que evitar ao escrever seu escopo da certificação ISO
Vários aspectos podem tornar seu escopo fraco ou mal redigido. Isso pode gerar não conformidades, confundir clientes e partes interessadas, bem como prejudicar a aplicação da norma na sua empresa. Então, aqui estão os erros mais comuns (e perigosos) que devemos evitar:
- Ser vago ou simplista: usar termos como “Construção geral” ou “Prestação de serviços” não diz nada sobre o que a organização realmente faz, abrindo interpretações de todos os tipos;
- Usar linguagem promocional: lembre-se, o escopo não é marketing, sua função é descritiva, não comercial. Assim, evite frases como “Produtos de altíssima qualidade” ou “Melhor serviço do mercado”;
- Mencionar normas que não fazem parte da certificação: se a empresa está se certificando ISO 9001, não inclua trechos como “Conforme ABNT XYZ” ou “Atende à norma tal…”. Isso pode gerar mais confusão e até comprometer a interpretação do escopo final;
- Repetir informações comerciais: nome da empresa, endereço, razão social e dados similares já constam no certificado. Então não precisam aparecer no escopo;
- Evite erros gramaticais: isso é básico, mas vale a pena fazer uma revisão e garantir uma boa escrita.
A importância de um escopo bem definido
Ter um escopo da certificação ISO bem construído evita ruídos, elimina dúvidas e fortalece a credibilidade da organização. Isso porque ele mostra exatamente o que a empresa faz e estabelece os limites da certificação.
Aspectos como estes garantem transparência para todas as partes envolvidas, sejam elas internas ou externas. Assim, dedicar tempo e atenção a essa etapa é investir na clareza do seu Sistema de Gestão! É fazer com que ele seja claro, compreensível e identificável para todos que com ele interagem.
Além disso, um escopo bem definido facilita o trabalho dos auditores e reduz significativamente o risco de interpretações equivocadas durante o processo de certificação. Afinal, quando a descrição é precisa, o auditor consegue compreender rapidamente o que está — e o que não está — dentro da abrangência do Sistema de Gestão, tornando a auditoria mais objetiva, eficiente e alinhada à realidade da organização.
Outro ponto importante é que um escopo claro também serve como referência estratégica. Ele ajuda a empresa a visualizar seus próprios limites operacionais, entender quais processos realmente compõem o sistema e identificar áreas que podem evoluir ou ser incluídas em certificações futuras. Portanto, em outras palavras, o escopo não é apenas um texto exigido pela ISSO, ele é um verdadeiro mapa organizacional que reforça identidade, foco e direcionamento!





